Como meu TCC se baseou mais nas teorias de Humberto Romesín Maturana, um biólogo PHD, não poderia deixar de fazer uma síntese desse pesquisador onde seu interesse maior é orientado para compreender os seres vivos bem como funciona seu sistema nervoso no universo da sociedade humana.
Esse teórico tem como fundamentação em suas ideias e pesquisas, a formação humana através do amar e conhecer, ele afirma que a linguagem e as emoções são bases para a convivência humana. Assim passo a entender melhor as reações de meus alunos, eles não tinham um diálogo e sim um bate boca, um querendo ser mais que o outro e não aceitando isso, pois alguns sofriam com esses desmandos, canalizei para a prática da dramatização, do conhecer os personagens e encaminhar soluções para uma melhor apresentação de cada peça de teatro.
Maturana desenvolveu estudos sobre a biologia do Amar e do Conhecer relacionando com o domínio da existência humana, através de cursos, palestras e oficinas. Lançou alguns livros entre eles A árvore do conhecimento onde estabelece a ideia em que fizemos parte de um mundo e não vivemos sozinhos e assim o nosso processo vital é compartilhado e a construção do mundo em que vivemos se dá durante nossa existência.
Humberto Maturana também conclui que o ato de perceber constitui o percebido. O ato de conhecer faz surgir um mundo para aquele que conhece, nomeado por Maturana de observador, que juntamente com esse ato chama a atenção para o fato de que "[...] a experiência de certeza é um fenômeno individual cego em relação ao ato cognitivo do outro, numa solidão que só é transcendida no mundo que criamos junto com ele" (MATURANA; VARELA, 2002, p. 22).
No livro Amar e Brincar, Maturana e Zöller (2004) fazem referência à importância de entender as alterações históricas do emocionar humano em sua relação com o crescimento das crianças. A criança aprende o emocionar e a dinâmica relacional que constituirão o espaço em que gerará sua vida, ou seja, o modo de convivência da cultura em que está inserida. A criança aprende determinados tipos de encontros com o outro.
Esse livro me deu um grande embasamento teórico para realizar meu TCC. Foi através da emoção que houve um amadurecimento de sentimentos e ações de meus alunos. Eles passaram a admirar os colegas sem deboches e ofensas. Agora eles conversam mais, trocam ideias e mudam de grupos para apresentação de suas peças teatrais.
Realmente, as mudanças aconteceram e conseguem se sustentar pois as alterações no emocionar realmente aconteceu entre essa turma de alunos que até então praticavam o Bulling.
domingo, 28 de novembro de 2010
domingo, 14 de novembro de 2010
MUDAR OU ACOMODAR?
Pipoca ou piruá de Rubens Alves me fez refletir mais sobre a força que o poder exterior tem sobre a minha vida.
Quando iniciei o estágio e assim teria que aplicar mais as aprendizagens adquiridas durante o curso, o momento de reflexão foi bem maior que em outros momentos até então surgidos em minha profissão.
Entrei em conflitos comigo, com minhas atitudes e com o fato de que sempre fui elogiada pelo meu trabalho e de repente trazer mais mudanças para a minha sala de aula, como será que o meu lado profissional seria visto?
Ao surgir o teatro como uma técnica preferida por meus alunos e a mesma estava melhorando a aceitação dos colegas como eles são e isso fazia com que a convivência entre colegas fosse melhorada. O teatro faz desacomodar, mexe com a ordem de uma sala de aula tradicional e o agito se faz presente.
Pela minha força de vontade de ser mediadora de uma mudança na minha turma de alunos indisciplinados e que praticavam o Bulling, me fiz ser a pipoca, dito por Rubens Alves consegui estourar sem jamais me recusar e assim me arriscar a continuar sendo um piruá que se recusa a se transformar, a ter receio do desconhecido.
Podemos dizer que o teatro não é nada novo nas escolas, mas posso afirmar que a prática realizada em minha turma onde houve mudanças positivas as quais ajudaram na aceitação entre os colegas, eles começaram a entender as diferenças se colocando na vida dos personagens e aceitando suas diferenças.
Refletindo Rubens Alves:
(...) Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo. Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira..."
Quando iniciei o estágio e assim teria que aplicar mais as aprendizagens adquiridas durante o curso, o momento de reflexão foi bem maior que em outros momentos até então surgidos em minha profissão.
Entrei em conflitos comigo, com minhas atitudes e com o fato de que sempre fui elogiada pelo meu trabalho e de repente trazer mais mudanças para a minha sala de aula, como será que o meu lado profissional seria visto?
Ao surgir o teatro como uma técnica preferida por meus alunos e a mesma estava melhorando a aceitação dos colegas como eles são e isso fazia com que a convivência entre colegas fosse melhorada. O teatro faz desacomodar, mexe com a ordem de uma sala de aula tradicional e o agito se faz presente.
Pela minha força de vontade de ser mediadora de uma mudança na minha turma de alunos indisciplinados e que praticavam o Bulling, me fiz ser a pipoca, dito por Rubens Alves consegui estourar sem jamais me recusar e assim me arriscar a continuar sendo um piruá que se recusa a se transformar, a ter receio do desconhecido.
Podemos dizer que o teatro não é nada novo nas escolas, mas posso afirmar que a prática realizada em minha turma onde houve mudanças positivas as quais ajudaram na aceitação entre os colegas, eles começaram a entender as diferenças se colocando na vida dos personagens e aceitando suas diferenças.
Refletindo Rubens Alves:
(...) Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo. Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira..."
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
A criança em processo de conhecimento
No texto “O Aprender como Transformação Estrutural na Convivência”, de Humberto Maturana, teórico esse o qual me baseei para desenvolver meu trabalho de conclusão de curso, foi um dos temas de um fórum do eixo Vll.
Foi proveitoso reler os comentários de meus colegas, professoras e meus entendimentos ficaram mais claros, consegui relacionar o que estudei naquele período com o que estou vivendo agora.
No livro de Maturana com Varela “Árvore do Conhecimento”, os autores afirmam que a vida é um processo de conhecimento; assim se o objetivo é compreendê-la, é necessário entender como os seres vivos conhecem o mundo, isto é a biologia da cognição.
A importância do amar e conhecer que Maturana menciona em suas entrevistas deve fluir naturalmente na convivência com a criança, o adulto principalmente na pessoa do professor que ele confia muito, preciso ser aquele em que o aluno nunca irá duvidar de sua palavra ou ação, eles terão assim uma relação de reciprocidade voltada para a amizade e zelo. É claro que temos alguns problemas em sala de aula, mas o professor afetuoso sempre irá além para, pelo menos, tentar ajudar seu aluno.
Quando Maturana fala em estrutura que se transforma na interação com o meio (transformação estrutural na convivência), ele está dizendo que a gente se transforma corporalmente, cognitivamente, afetivamente (tudo junto, não tem como separar)
Podemos tomar como exemplo aquela criança desenvolta, falante que é segura de si, conseguirá dramatizar com mais facilidade do que aquela que é tímida e vítima de Bulling, onde o teatro poderá entrar na sua vida mas de uma maneira diferente, aos poucos, através da motivação e outros mecanismos, foi assim que aconteceu com minha turma de alunos.
Este é um exemplo das transformações estruturais na convivência provocadas pela interação com o meio. Não podemos deixar de pensar que não há uma determinação do meio, sendo que irá depender de cada um, da estrutura e da postura do sujeito.
Foi proveitoso reler os comentários de meus colegas, professoras e meus entendimentos ficaram mais claros, consegui relacionar o que estudei naquele período com o que estou vivendo agora.
No livro de Maturana com Varela “Árvore do Conhecimento”, os autores afirmam que a vida é um processo de conhecimento; assim se o objetivo é compreendê-la, é necessário entender como os seres vivos conhecem o mundo, isto é a biologia da cognição.
A importância do amar e conhecer que Maturana menciona em suas entrevistas deve fluir naturalmente na convivência com a criança, o adulto principalmente na pessoa do professor que ele confia muito, preciso ser aquele em que o aluno nunca irá duvidar de sua palavra ou ação, eles terão assim uma relação de reciprocidade voltada para a amizade e zelo. É claro que temos alguns problemas em sala de aula, mas o professor afetuoso sempre irá além para, pelo menos, tentar ajudar seu aluno.
Quando Maturana fala em estrutura que se transforma na interação com o meio (transformação estrutural na convivência), ele está dizendo que a gente se transforma corporalmente, cognitivamente, afetivamente (tudo junto, não tem como separar)
Podemos tomar como exemplo aquela criança desenvolta, falante que é segura de si, conseguirá dramatizar com mais facilidade do que aquela que é tímida e vítima de Bulling, onde o teatro poderá entrar na sua vida mas de uma maneira diferente, aos poucos, através da motivação e outros mecanismos, foi assim que aconteceu com minha turma de alunos.
Este é um exemplo das transformações estruturais na convivência provocadas pela interação com o meio. Não podemos deixar de pensar que não há uma determinação do meio, sendo que irá depender de cada um, da estrutura e da postura do sujeito.
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