sábado, 16 de maio de 2009

A Escola e os alunos Afro-descendentes

Após ter trabalhado o povo brasileiro numa dimensão de sua miscigenação, as questões relacionadas à diversidade, pertencimento de raças, identidades, pesquisas com as famílias sobre seus antepassados e a construção do mosaico étnico-racial que aguçaram a curiosidade da turma quanto ao tema trabalhado, prossegui o estudo com a entrevista aos meus alunos afro-descendentes.
Entrevista essa que passou-se naturalmente, com tranquilidade e bastante autonomia por parte de meus alunos. Eles, em resumo, deixaram bem claro que em nossa escola nunca sentiram-se inferiores, pelo contrário sentem-se e são iguais a todos os outros alunos que não são negros.
Senti meus alunos bem resolvidos e até mesmo satisfeitos pelo desenrolar da conversa, assim como fiquei ao me certificar que a nossa escola passa para eles uma segurança e os acolhe com muito orgulho e entusiasmo.
Ao ler os textos de Marilene Leal Paré, indaguei-me sobre certas colocações onde os alunos sofrem preconceitos através de apelidos, brincadeiras, risos, rejeições... Será que isso ainda acontece em nossas escolas brasileiras? Eles sentem vergonha da cor, não se valorizam, desenvolvem em si uma mágoa pela rejeição e baixo auto-estima?
As dimensões da expressão afro, colocadas num dos textos e comentadas em outro, como considerações importantes ao sucesso escolar do aluno de origem afro, me proporcionou ampla idéia dos atos discriminatórios que uma escola pode cometer contra esses alunos, tendo como resultado o pleno desenvolvimento cognitivo, ou não.
Lí uma pesquisa do Correio do Brasil (18/11/08), pela internet, que dizia:
“Os negros são maioria no contingente de analfabetos do país, somando 9 milhões do total de 14 milhões, estão mais atrasados nos estudos do que o restante da população”.
Isso sugere que para as crianças e adolescentes negros e pardas, incidem obstáculos adicionais ao desenvolvimento dos estudos, representado pela discriminação racial presente nos espaços escolares-diz a pesquisa.
Os alunos negros não se sentem representados pelos próprios livros que usam. Eles se vêem apenas no tronco, no açoite. O aluno só se vê na posição inferior, ficando abatido e isso impacta no seu desempenho escolar.

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