domingo, 28 de novembro de 2010

Repensando Humberto Maturana

Como meu TCC se baseou mais nas teorias de Humberto Romesín Maturana, um biólogo PHD, não poderia deixar de fazer uma síntese desse pesquisador onde seu interesse maior é orientado para compreender os seres vivos bem como funciona seu sistema nervoso no universo da sociedade humana.
Esse teórico tem como fundamentação em suas ideias e pesquisas, a formação humana através do amar e conhecer, ele afirma que a linguagem e as emoções são bases para a convivência humana. Assim passo a entender melhor as reações de meus alunos, eles não tinham um diálogo e sim um bate boca, um querendo ser mais que o outro e não aceitando isso, pois alguns sofriam com esses desmandos, canalizei para a prática da dramatização, do conhecer os personagens e encaminhar soluções para uma melhor apresentação de cada peça de teatro.
Maturana desenvolveu estudos sobre a biologia do Amar e do Conhecer relacionando com o domínio da existência humana, através de cursos, palestras e oficinas. Lançou alguns livros entre eles A árvore do conhecimento onde estabelece a ideia em que fizemos parte de um mundo e não vivemos sozinhos e assim o nosso processo vital é compartilhado e a construção do mundo em que vivemos se dá durante nossa existência.
Humberto Maturana também conclui que o ato de perceber constitui o percebido. O ato de conhecer faz surgir um mundo para aquele que conhece, nomeado por Maturana de observador, que juntamente com esse ato chama a atenção para o fato de que "[...] a experiência de certeza é um fenômeno individual cego em relação ao ato cognitivo do outro, numa solidão que só é transcendida no mundo que criamos junto com ele" (MATURANA; VARELA, 2002, p. 22).
No livro Amar e Brincar, Maturana e Zöller (2004) fazem referência à importância de entender as alterações históricas do emocionar humano em sua relação com o crescimento das crianças. A criança aprende o emocionar e a dinâmica relacional que constituirão o espaço em que gerará sua vida, ou seja, o modo de convivência da cultura em que está inserida. A criança aprende determinados tipos de encontros com o outro.
Esse livro me deu um grande embasamento teórico para realizar meu TCC. Foi através da emoção que houve um amadurecimento de sentimentos e ações de meus alunos. Eles passaram a admirar os colegas sem deboches e ofensas. Agora eles conversam mais, trocam ideias e mudam de grupos para apresentação de suas peças teatrais.
Realmente, as mudanças aconteceram e conseguem se sustentar pois as alterações no emocionar realmente aconteceu entre essa turma de alunos que até então praticavam o Bulling.

domingo, 14 de novembro de 2010

MUDAR OU ACOMODAR?

Pipoca ou piruá de Rubens Alves me fez refletir mais sobre a força que o poder exterior tem sobre a minha vida.
Quando iniciei o estágio e assim teria que aplicar mais as aprendizagens adquiridas durante o curso, o momento de reflexão foi bem maior que em outros momentos até então surgidos em minha profissão.
Entrei em conflitos comigo, com minhas atitudes e com o fato de que sempre fui elogiada pelo meu trabalho e de repente trazer mais mudanças para a minha sala de aula, como será que o meu lado profissional seria visto?
Ao surgir o teatro como uma técnica preferida por meus alunos e a mesma estava melhorando a aceitação dos colegas como eles são e isso fazia com que a convivência entre colegas fosse melhorada. O teatro faz desacomodar, mexe com a ordem de uma sala de aula tradicional e o agito se faz presente.
Pela minha força de vontade de ser mediadora de uma mudança na minha turma de alunos indisciplinados e que praticavam o Bulling, me fiz ser a pipoca, dito por Rubens Alves consegui estourar sem jamais me recusar e assim me arriscar a continuar sendo um piruá que se recusa a se transformar, a ter receio do desconhecido.
Podemos dizer que o teatro não é nada novo nas escolas, mas posso afirmar que a prática realizada em minha turma onde houve mudanças positivas as quais ajudaram na aceitação entre os colegas, eles começaram a entender as diferenças se colocando na vida dos personagens e aceitando suas diferenças.
Refletindo Rubens Alves:
(...) Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo. Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira..."

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A criança em processo de conhecimento

No texto “O Aprender como Transformação Estrutural na Convivência”, de Humberto Maturana, teórico esse o qual me baseei para desenvolver meu trabalho de conclusão de curso, foi um dos temas de um fórum do eixo Vll.
Foi proveitoso reler os comentários de meus colegas, professoras e meus entendimentos ficaram mais claros, consegui relacionar o que estudei naquele período com o que estou vivendo agora.
No livro de Maturana com Varela “Árvore do Conhecimento”, os autores afirmam que a vida é um processo de conhecimento; assim se o objetivo é compreendê-la, é necessário entender como os seres vivos conhecem o mundo, isto é a biologia da cognição.
A importância do amar e conhecer que Maturana menciona em suas entrevistas deve fluir naturalmente na convivência com a criança, o adulto principalmente na pessoa do professor que ele confia muito, preciso ser aquele em que o aluno nunca irá duvidar de sua palavra ou ação, eles terão assim uma relação de reciprocidade voltada para a amizade e zelo. É claro que temos alguns problemas em sala de aula, mas o professor afetuoso sempre irá além para, pelo menos, tentar ajudar seu aluno.
Quando Maturana fala em estrutura que se transforma na interação com o meio (transformação estrutural na convivência), ele está dizendo que a gente se transforma corporalmente, cognitivamente, afetivamente (tudo junto, não tem como separar)
Podemos tomar como exemplo aquela criança desenvolta, falante que é segura de si, conseguirá dramatizar com mais facilidade do que aquela que é tímida e vítima de Bulling, onde o teatro poderá entrar na sua vida mas de uma maneira diferente, aos poucos, através da motivação e outros mecanismos, foi assim que aconteceu com minha turma de alunos.
Este é um exemplo das transformações estruturais na convivência provocadas pela interação com o meio. Não podemos deixar de pensar que não há uma determinação do meio, sendo que irá depender de cada um, da estrutura e da postura do sujeito.

domingo, 31 de outubro de 2010

Aprendendo e Transformando as relações

De acordo com o texto “ O Aprender Como Transformação Estrutural Na Convivência”, de Luciane Corte Real corroborando com as ideias de Humberto Maturana, a convivência se entrelaça com o emocionar adquirindo uma estabilidade que leva a uma consensualidade.
As afirmações acima aconteceram com a minha turma, onde faço o estudo de caso para o meu TCC. Eles a partir do teatro tiveram uma convivência diferenciada, adquiriram o hábito de dialogar com o outro, onde assim como admiravam suas atuações, o grupo aceitava suas críticas construtivas.
Se levarmos isso ao cotidiano das relações entre a professora e seus alunos, também podemos verificar que tais emoções condicionam posições frente à aprendizagem, onde o coleguismo fala mais alto que alguns preconceitos que ali existiam e aos poucos foram se transformando. Eu não preciso mais parar nossas atividades de estudos e dar um “discurso” sobre a prática do Bulling, eles agora se cobram bastante e já identificam e assumem seus erros.

domingo, 24 de outubro de 2010

Mudança de Relacionamento

Encontrei no texto de Liseane Silveira Camargo, "Reflexões sobre a moralidade na Escola", trabalhado na Psicologia II do eixo VI, onde a autora desenvolve conceitos que estou trabalhando no estudo de caso do meu TCC.
Esse texto ressalta o desenvolvimento moral da criança, o qual a mesma trás de casa e vai se ajustando através da convivência com o outro.
As relações sociais vão se desenvolvendo, se ajustando de acordo com a cooperação refletindo através da moralidade e respeito ao seu próximo.
Piaget aput Camargo,2004,p.22, "entende que o conhecimento não é inato, mas que existem condições adquiridas a priori e desenvolvimento na relação com os objetos e pessoas".
A moralidade, ao ser estudada por Piaget (1994), indicou duas principais formas de estabelecer relações e respeito, uma permeada pela coação adulta e pelo respeito entre ambos os lados e outra que predomina a cooperação, a recíprocidade e o respeito mútuo.
As relações de cooperação necessitam de comprometimento de ambos os envolvidos, o que só é possível a partir da compeensão do sistema de regras em que se está inserido.
A criança é muito mais receptiva e favorável as mudanças do que o adulto. Em minha turma de estágio essas mudanças aconteceram assim, o que antes eles não aceitavam em seus colegas e se achavam perfeitos, começou a mudar e o relacionamento entre os alunos do estudo de caso do meu trabalho, tomou outro rumo e as transformações aconteceram.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Amar e Brincar- Transformações na Convivência entre as crianças

Nessa retomada do quinto eixo de estudos, achei na interdisciplina de Psicologia da Vida Adulta, o texto sobre as Transformações na Convivência Segundo Maturana da nossa professora Luciane M. Corte Real.
Esse texto vem de encontro com minhas pesquisas, dentro do referencial teórico onde lanço mãos das ideias de Maturana, para assim desenvolver meu trabalho de conclusão de curso.
Para Humberto Maturana a formação humana através da biologia do amar e do conhecer, se sustenta na fundamentação das emoções sendo essa a base para a convivência humana.
Segundo o autor as pessoas constroem o mundo em que vivem, compartilhando com o outro dando muito valor aos nossos atos.
Um dos livros que adquiri para leitura e uso no referencial teórico de meu TCC, Amar e Brincar, Maturana e Zoller (2004) onde menciona que a criança aprende o emocionar e a dinâmica da convivência em sociedade.
No livro Amar e Brincar fundamentos esquecidos do humano, encontramos a ideia de que não podemos predeterminar que uma criança cresça como um ser que viva em respeito por si mesma e pelo outro, chegando a ser um adulto socialmente responsável (p.19).
E é assim que o meu TCC está se encaminhando, buscando esclarecer como aconteceram as transformações de convivência da minha turma do 4º ano através do teatro.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

VOLTA AOS TRÊS PRIMEIROS EIXOS



Refletindo as aprendizagens dos três primeiros eixos do curso, pude em muitas interdisciplinas resignificar minhas ideias e muitas vezes a minha prática pedagógica.
É claro que por mais que tivesse a prática de sala de aula algo estava me faltando e era no caso a teoria, através da referência e argumentações que os professores estavam e continuaram a me esclarecer durante a caminhada.
Relembrando alguns textos e questões para a elaboração de trabalhos nesses eixos posso citar:
Cadê a certeza que estava aqui? De Cleci Maraschin. O texto levanta a questão de como podemos saber com certeza o que, porque e como devemos ensinar para os nossos alunos de hoje para que, daqui a dez ou quinze anos, possam viver como cidadãos conscientes, críticos, capazes de enfrentar os desafios do seu tempo.
Computador na escola: um brinquedo a mais? De Bruno Vitale, o qual foi usado como um texto reflexivo, sobre o uso do computador no ambiente escolar.
Considerações em torno do ato de estudar! De Paulo Freire, onde vemos que estudar não é um ato de consumir ideias, mas de criá-las e recria-las.
Para conhecer Saramago, uma pesquisa com dados pessoais do autor, onde busquei informações sobre a vida dele e assim tive conhecimento daquele o qual estudaríamos alguns de seus contos.
Questões conceituais sobre projetos o que se entende e para que servem? Currículo, didática, projeto político pedagógico e normas que norteiam o campo pedagógico.
A escola do futuro, onde em cima desse contexto atual, repensamos as nossas próprias vivencias, o papel do educador frente à era tecnológica.
O Conto da Ilha Desconhecida de José Saramago. Esse conto representou para mim o desafio, a luta e a superação de obstáculos, comparando o que estou vivendo agora, sendo aluna da UFRGS.
O Despertar, um texto que também fez repensar a minha prática pedagógica, e estar aberta a transformações.
O texto: ‘’ Os professores enquanto sujeitos do conhecimento’’ de Maurice Thardiff, o qual tem como princípio o saber fazer, a formação e o conhecimento do professor no ambiente escolar.
Assisti ao filme “A Escola de Rock” realizando algumas anotações sobre a prática educativa apresentada no filme, comparando com a minha sala de aula e lançando mão de uma postura reflexiva quanto aos desafios nas transformações de convivência dos personagens atuantes no filme.
As teorias de Émile Durkheim – Como as ideias do autor podem nos auxiliar no mundo?
Além de Durkheim que não desenvolveu métodos pedagógicos, mas suas ideias ajudaram a compreender o significado social do trabalho de um profissional. Outros autores como Engels e Marx, amigos e companheiros na luta contra a dominação dos poderosos e a favor dos assalariados, das causas sociais. Weber reproduziu em suas ideias três tipos de dominação legítimos: dominação legal, tradicional e carismática e acentuou que o político precisa ter paixão pelo que faz.
Ouso agora, fazer uma análise crítico-reflexiva da contribuição dessas mudanças na minha caminhada docente. Sou capaz de comparar a teoria com a prática desenvolvida em sala de aula. Sei que meu aluno, assim como eu que me vejo na situação de estudante, vem com alguma bagagem, mas precisa de mais elementos que o façam crescer. Isso tudo, vem de encontro com um dos pensamentos de Paulo Freire o qual li no livro “Pedagogia da Autonomia”: Todos devem ser respeitados em sua autonomia sendo, portanto a auto avaliação é um excelente recurso para ser utilizado dentro da prática pedagógica. Educadores e educandos necessitam de estímulos que despeitem a curiosidade e em decorrência disso a busca para chegar ao conhecimento.